Editorial 10/06/25
Confira o editorial de hoje do Jornal da Cidade

Um cenário de profunda transformação religiosa
Os dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, revelam um cenário de profunda transformação religiosa em Minas Gerais, espelhando as tendências observadas em todo o Brasil.
O catolicismo, embora ainda majoritário, registrou uma queda significativa, passando de 71% em 2010 para 63,5% em 2022 na população com 10 anos ou mais.
Apesar dessa diminuição de 7,5 pontos percentuais, a fé católica em Minas ainda se mantém acima da média nacional.
Por outro lado, o avançado das religiões evangélicas é inegável. Elas saltaram de 19,5% para 24,8% da população mineira entre 2010 e 2022, um crescimento de 5,3 pontos percentuais.
Essa expansão se manifesta de forma notável em municípios como Alto Caparaó, que se destaca com 63% de evangélicos, figurando entre os 10 primeiros do país nesse comparativo.
Além das duas maiores vertentes, o Censo destaca a diversidade religiosa crescente. Minas Gerais possui a quinta maior população espírita do Brasil, com 2,16% de seus habitantes, e chama a atenção que seis dos dez municípios com maior concentração de espíritas em todo o país estejam no Triângulo Mineiro.
As religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé, e as Tradições Indígenas, embora com percentuais menores, também compõem esse mosaico.
Outro ponto relevante é o crescimento das pessoas sem religião, que já representam 5,7% da população mineira com 10 anos ou mais.
Em Fronteira, no Triângulo Mineiro, esse grupo atinge 18,6%, um dos maiores percentuais do país.
Esses números não são apenas estatísticas; eles refletem mudanças culturais e sociais profundas que impactam a forma como as comunidades se organizam e interagem.
A questão "Qual a sua religião ou culto?", aparentemente simples, desvenda um panorama complexo e em constante mutação da fé no estado e no país.
Qual é a sua reação?






