Estudantes da UEMG Poços denunciam violência e intimidação policial

Diretório Acadêmico relata agressões verbais, físicas e ameaças durante inauguração de sede da Polícia Militar Rodoviária com presença do governador Zema

Mai 23, 2025 - 10:13
Mai 23, 2025 - 11:06
Estudantes da UEMG Poços denunciam violência e intimidação policial
Governador Romeu Zema esteve ontem em Poços para inauguração da sede da Polícia Militar Rodoviária

O Diretório Acadêmico (DA) Paulo Freire, representante dos estudantes dos cursos de Serviço Social, Gestão Pública e Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) do campus Poços de Caldas, emitiu uma nota de repúdio ontem, 22, denunciando atos de violência e intimidação que teriam sido sofridos por estudantes durante a inauguração da sede da 5ª Companhia do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária, em Poços de Caldas. 

O evento, realizado na mesma data na cidade, contou com a presença de autoridades, incluindo o governador Romeu Zema (Novo).

Segundo a nota, um grupo de estudantes da UEMG compareceu ao evento "de forma pacífica e legal, com o objetivo de exercer seu legítimo direito constitucional à livre manifestação". 

O DA alega que, embora "em momento algum houve desobediência às orientações das forças de segurança presentes", sendo que os cartazes não foram abertos no interior do espaço, os estudantes foram "cercados por membros da escolta pessoal do governador Romeu Zema, de forma intimidatória e agressiva".

O comunicado detalha que, durante a abordagem, "uma das estudantes foi agredida verbalmente e fisicamente, sendo tocada sem consentimento por um dos policiais, que, ao ser solicitado a parar, respondeu com xingamentos misóginos e ameaças diretas de prisão por desacato à autoridade".

O Diretório Acadêmico classificou a abordagem como "truculenta" e marcada por "abuso de poder", resultando na "retirada forçada do grupo do espaço militar". 

A nota prossegue afirmando que, do lado de fora, os estudantes ainda teriam sido alvo de "deboche e sarcasmo por parte da equipe de credenciamento" e, posteriormente, "intimidados por policiais militares que exigiram dados pessoais e ameaçaram 'visitar' o Diretório Acadêmico". 

A entidade estudantil considera estar sofrendo "um claro gesto de assédio institucional e tentativa de silenciamento".

Na nota, o DA Paulo Freire afirma ser "inaceitável que estudantes universitários sejam tratados como ameaças por exercerem seu direito à liberdade de expressão" e vê o episódio como "mais um exemplo da escalada de autoritarismo e criminalização dos movimentos estudantis em nosso estado".

A entidade exige "a apuração rigorosa dos fatos, a identificação dos agentes envolvidos e a garantia de que ações como essa jamais se repitam", declarando que o ocorrido "é incompatível com o Estado Democrático de Direito e será denunciado a todas as instâncias cabíveis".

A nota é concluída com a reafirmação do compromisso da entidade "com a defesa da educação pública, da democracia e dos direitos humanos".

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