Ordem do Dia 08/04/25

O ato pró-anistia, promovido por Bolsonaro e companhia, em certa medida seria incompreensível. O governador Ronaldo Caiado, um líder ruralista respeitado, afirmou que "os atos do dia 8 de janeiro são indefensáveis". Mas as penas seriam "altas demais". 

Temos o que os clássicos chamam, desde a Antiguidade romana, de "contraditio in terminis". Qual seja: os termos usados no enunciado contradizem a si mesmos. Invalidam uns aos outros.

Se os atos são indefensáveis, as penas são correspondentes ao que diz a lei. Fim de papo. Já Nikolas, conhecido no meio político de BH como "garnizé", mostrou mais uma vez sua profunda incompreensão dos fatos. 

Afirmou que cadeia seria para "criminosos, não para baderneiros". Mas baderneiros são considerados criminosos, segundo o Código Penal. Não faz sentido. 

Dizem que o deputado Nikolas formou-se em Direito. Talvez tenha faltado à aula no dia que ensinaram essa matéria. Se assim não for, seria um estúpido ou um enganador. 

O mesmo erro conceitual cometeu Tarcísio, o governador de São Paulo. Talvez por sua dificuldade de compreensão, sobre tipos penais, se explique seu desempenho ruim frente à segurança pública, em seu Estado. O homem não seria do ramo.  

As pesquisas dizem que a principal preocupação das pessoas, no Brasil, seria com a segurança pública. Esse pessoal que foi à Av. Paulista, apoiar a suposta anistia, deseja soltar criminosos confessos, presos em flagrante delito. Tenham dó. 

O papo que segue a esse evento se dará entre surdos.  Uns vão dizer uma coisa, outros dirão outra. 
E, assim como na guerra, a primeira vítima será a verdade. 

Assim teria dito Carl von Clausewits. Que também disse que a guerra seria a continuação da política, por outros meios. Segue o enterro.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com