Editorial 01/07/25

Jun 30, 2025 - 22:24
Editorial 01/07/25

Controladoria liga sinal de alerta sobre finanças

A entrevista de Vinícius Gadbem, Controlador-Geral da Prefeitura, no programa Amigo Promotor, na quinta-feira, 26, acendeu um alerta urgente sobre a saúde financeira do município. 

A revelação de um rombo de R$ 33 milhões, com uma parcela significativa sem empenho, é um sintoma grave da necessidade de uma gestão fiscal mais rigorosa e transparente. 

A dívida apontada na Saúde, incluindo o polêmico convênio com a Santa Casa de Salto de Pirapora, exige respostas claras e ações contundentes. 

Embora a Controladoria tenha cumprido seu papel ao expor o problema, é pertinente a questão levantada pelo promotor Glaucir Antunes Modesto, que na ocasião estava entrevistando Gadbem, sobre a aparente inércia de outros órgãos de controle. 

Assim, a responsabilização é fundamental para evitar que tais erros se repitam e para restaurar a confiança pública. 

Contudo, a situação fiscal do município vai além da Saúde, com a projeção de uma dívida municipal que poderia alcançar R$ 1,4 bilhão até o fim do mandato. 

Diante desse cenário, o decreto de contingenciamento financeiro publicado recentemente é uma medida necessária, mas não suficiente. 

Para minimizar o impacto financeiro e reverter esse quadro, é preciso tomar outras providências. Uma auditoria detalhada em todos os contratos de serviços e fornecedores pode identificar gastos desnecessários e oportunidades de renegociação, buscando condições mais favoráveis para o município.

Também é crucial explorar novas fontes de receita e aprimorar a eficiência na cobrança de impostos e taxas. Isso pode envolver a modernização da legislação tributária e a fiscalização mais efetiva. 

Em um momento de contenção, é fundamental que os recursos sejam direcionados apenas para investimentos que gerem impacto social e econômico direto, evitando obras e projetos de menor relevância. A gestão da folha de pagamento é outro ponto sensível. 

É preciso um controle eficiente para garantir que os gastos com pessoal estejam alinhados com as capacidades financeiras do município, sem comprometer a qualidade dos serviços essenciais. 

Em áreas onde há demanda por investimentos e a capacidade pública é limitada, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) podem ser uma solução viável para atrair capital privado e expertise, desde que com total transparência e fiscalização. 

Não há outro caminho para a recuperação financeira de Poços de Caldas que não passe pela transparência, pela responsabilização e por uma gestão fiscal proativa e inteligente.

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