Ordem do Dia 24/09/25

A colunista Eliane Cantanhede propôs um raciocínio procedente. E mais: semelhante a outro, já desenvolvido nesta coluna e também alhures. 

Seria a interdependência entre petismo e bolsonarismo, um alimentando o outro. Lembrando aquele estilo bíblico: "o petismo gerou o bolsonarismo, que gerou o retorno de Lula, que gerou...".  

Recordando as lições da disciplina de Ciências, da época do Ginásio (essa veio do fundo do baú...), seria análogo aos fenômenos do gênero da "simbiose", de tipo "mutualismo", mas com uma diferença: o resultado político seria uma espécie de "parasitismo" de difícil erradicação. 

O pessoal ligado ao agro poderia pensar: "pragas". Pode ser. Mas não se resolve com agrotóxicos. E o tratamento seria ainda desconhecido, embora os danos sejam evidentes.

O mais vistoso seria a resiliente polarização que "parasita" o cérebro do infectado. Não permitindo ao doente ponderar outras opções. 

Cantanhede chamou Bolsonaro de "lulista número um", pois permitiu a Lula surfar numa onda de popularidade construída pelos desacertos bolsomitas. 

Tanto que Lula lidera todos os cenários sucessórios. Vence as nove alternativas mencionadas. Se fosse uma corrida, a legenda diria: "burro velho vence nove pangarés mancos". 

De quebra, a esquerda retoma as ruas, em proporções semelhantes aos últimos eventos da direita, usando o verde e amarelo. 

Exceto em BH, onde o comparecimento foi surpreendentemente alto: 50 mil manifestantes, segundo estimativas correntes. Só faltaria construírem um boneco inflável, tipo "pixuleco", com temática que lembre a PEC da bandidagem. Ou da anistia generalizada.

Talvez esse boneco  inflável possa ser chamado de "cara sem vergonha". Pode até murchar. Mas não fica vermelha de jeito nenhum.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com