Ordem do Dia 04/07/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

O novo ataque sofrido por Marina Silva, ministra do meio ambiente, desta feita na Câmara dos Deputados, revela muito sobre os atacantes.
Ainda que eventualmente possam estar certos, nas críticas que fazem, colocam tudo a perder quando adotam uma fórmula que sugere covardia ou a típica perseguição.
Para começar, embora os números do desmatamento desfavoreçam o desempenho de Marina no seu ministério, ela seria uma convidada naquela Casa Parlamentar. Não uma intrusa. Pela segunda vez, não teria sido observada a regra milenar da hospitalidade, em relação à ministra.
Ademais, seria uma senhora com certa idade e sobretudo mulher, emboscada por homens que fazem lembrar o comportamento de lobos em matilha. O Congresso seria uma espécie de selva?
Há que se falar que o suposto comportamento fundamentalista de Marina, tanto religioso quanto ambiental, pode ser objeto de questionamento.
Mas não de grosseria ou equivalente. Onde se espera chegar com isso? Afinal, ela representa o Executivo, atendendo a uma convocação do Legislativo.
Algo semelhante teria ocorrido com Fernando Haddad, o que provocou a interrupção de seu depoimento na mesma Câmara.
À esquerda temos comportamento semelhante: o que dizer daquele deputado biruta do PSOL que expulsou, a chutes, um jovem militante liberal? Que tipo de gente se apresenta?
Esse estilo de atuação seria mais adequado a ignorantes, despreparados e obtusos, que praticam o amplo negacionismo anti-iluminista.
Sua lista de equívocos é enorme: vai de vacinas a urnas eletrônicas, coisas que aparentemente não compreendem e pelas quais nutrem doentia obsessão.
A conduta se estende a costumes e opções culturais. Implicam com exposições, cinema, literatura e peças teatrais.
Se comportam como se fossem uma espécie de Torquemada, ou Savonarola, fora do tempo, anacrônicos - e em pleno século XXI. Uma seita delirante. São uma lástima. E os maus modos a moldura de seu perfil trevoso.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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