Editorial 16/07/25

O que nos diz o parecer pela suspensão de Kléber Silva

Na semana passada, nosso editorial destacou que a atual legislatura da Câmara Municipal de Poços de Caldas não estava "para brincadeira". 

E os acontecimentos recentes só reforçam essa percepção. Os vereadores têm intensificado a fiscalização sobre o Executivo, demonstrando uma postura mais atuante em defesa dos interesses públicos, algo pouco visto nos últimos anos. 

As denúncias ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o convênio com a Santa Casa de Salto de Pirapora, a ação popular do vereador Tiago Braz (Rede) pedindo a exoneração de Sérgio Azevedo (PSDB) da DME Participações, e o escândalo nas Águas Minerais Poços de Caldas, com a contratação emergencial de uma empresa que não entregou o serviço, são exemplos claros dessa nova dinâmica.

Nesta semana, um novo e significativo capítulo foi escrito: a Comissão de Ética do Legislativo aprovou, por unanimidade, o parecer pela suspensão do vereador Kléber Silva (Novo), devido ao episódio do "fura-fila" para um exame de ressonância magnética. 

Mesmo que a suspensão ainda precise ser aprovada em plenário após o recesso legislativo de julho, a decisão da Comissão já é um marco para a história da Câmara Municipal. 

Esse posicionamento, que certamente não encontraria eco em legislaturas anteriores, demonstra força e seriedade que merecem ser reconhecidas. 

O fato de o vereador ser do mesmo partido do vice-prefeito apenas reforça a independência da Comissão, que agiu com base em princípios éticos, e não em alianças político-partidárias. 

A mensagem é clara: quem sair da linha, de qualquer partido que seja, estará sujeito às devidas sanções.

A unanimidade na votação é mais um sinal de que os edis estão coesos na busca por integridade e transparência. 

Não é por acaso que no último fim de semana, a posição política fragilizada do prefeito Paulo Ney e de sua gestão o levou a convocar vereadores para conversas. 

A intenção era clara: minimizar o desgaste que ele vem enfrentando desde que assumiu, e tentar conter eventuais pretensões para um novo pedido de abertura de impeachment. 

Vale lembrar que, no início desta legislatura, um pedido semelhante não encontrou apoio entre os vereadores. 

No entanto, com a atual postura da Câmara, a situação para o prefeito agora pode ser bem diferente. 

A Câmara Municipal está mostrando que está comprometida com a fiscalização e a ética, elevando o patamar da política local. 

Esse é um sinal positivo para a cidade e um lembrete de que o poder Legislativo não está mais disposto a ser um joguete nas mãos do Executivo.