Subnotas 13/06/25

Na coluna Subnotas, Daniel Souza Luz fala de política com humor e de humor com política

Jun 13, 2025 - 16:17
Subnotas 13/06/25

EXPRESSÃO 
Sei que está ficando chata a insistência no assunto, mas como continua a repercussão, ao menos na minha bolha, da condenação do mala e sem graça do Léo Lins, insisto no assunto.
 
LIMITES
Qual o limite da liberdade de expressão? Qual o limite do humor? Estas perguntas são ridículas e sempre repetem-se nessas ocasiões. Respondo: nenhum. É óbvio. Cada um fala o que bem entender. Consequências, no entanto, sempre existiram. Desde o ostracismo dos gregos e até antes, em tempos imemoriais. O primeiro ser humano que falou merda (comigo é no popular, como dizia o bordão do Francisco Milani) apanhou de tacape, com certeza. 

UDR
O grande problema é a judicialização da vida. E a grande questão é não ter pena de quem defende isso e depois depara-se com a espada de Dâmocles sobre a nuca. Léo Lins é apoiador, e vice-versa, do MBL, que está em plena campanha para censurar judicialmente letras de funk carioca mediante representação no MPF (Ministério Público Federal). Ora, quem com ferro fere blábláblá. Basicamente, querem que os descendentes da UDR possam tu-do e dura lex, sed lex para a UDR 666.
 
MEMÓRIA 
O grupo mineiro de funk UDR 666 fazia letras para lá de polêmicas. Eu nunca vi muita graça, ao contrário de muitos amigos, mas tinha uma ou outra boa sacada. Era um tipo de humor no estilo dos irmãos Farrelly. Quem viu os filmes deles sabe: fazem piadas capacitistas, mas põem pessoas que seriam vítimas dessas piadas para atuar e reagir a elas. Pode ser questionável, mas é inclusivo. A UDR 666 fazia o mesmo, mas seus integrantes foram condenados à prisão pelo juiz da Oitava Vara Criminal de Belo Horizonte, Luís Augusto Barreto Fonseca, que poucos anos antes atuava na Primeira Vara Criminal e de Execução Penal de Poços de Caldas. Houve jus esperneandi da extrema-direita à época? Claro que não. 

ENTREGANDO OS PONTOS
Quem sabe, sabe: o tipo de humor mais medíocre é o de bordão e o preconceitu-oso, mas recorro a mais um bordão: o do misógino Nazareno do Chico Anísio. Tá com pena do Léo Lins? Leva pra você. Não falta otário para isso. 
 
* Daniel Souza Luz é jornalista, escritor e revisor. E-mail: danielsouzaluz@gmail.com 

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