Ordem do Dia 30/05/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia
As idas e vindas da agenda econômica, tanto no Brasil quanto nos EUA, indicam que ambos os países estariam, perigosamente, sob o signo do improviso.
A política tarifária de Trump, errática e ameaçadora, não parece planejada. Pelo contrário. Parece desequilibrada.
O mesmo vale para a política fiscal do governo Lula. Nunca pareceu séria e agora tropeça, mais uma vez, nas próprias pernas. Especialmente no episódio do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Até o presidente do Banco Central, indicado por Lula, criticou a medida.
Assim como Trump, Lula aparenta não saber o que faz. A comparação entre EUA e Brasil tem uma explicação simples: embora tenham governos ideologicamente distintos, são igualmente trapalhões.
E têm colhido resultados catastróficos: nos EUA, um Tribunal proibiu o tarifaço de Trump. No Brasil, o Congresso ameaça atropelar o aumento do IOF.
Mais um delírio macroeconômico lulista vai mal. Melhor sorte não teria a oposição bolsonarista, ou a situação trumpista. Ambas transitando pela trilha do ódio e da destruição. Alguém poderia indicar alguma proposta edificante, vinda desses grupos?
O que mostra que a falta de bom senso ultrapassa fronteiras de toda ordem e ameaça a todos.
Mesmo Musk, supostamente um gênio, foi derrotado pelas dificuldades da política e da administração pública de Trump e deixou o governo. Marcado por falastrões. Tanto lá quanto aqui.
"A novidade, no brejo da cruz, seria que pode faltar luz". Qual seja: as trapalhadas de Trump têm consequências mundiais e estariam se voltando contra a economia dos EUA. E do mundo.
Com uma dívida se aproximando dos 40 trilhões de dólares, e com essas trapalhadas, a Agência Moodys rebaixou a classificação dos títulos dos EUA.
Há alguns tempo, a Standard & Poors fez o mesmo. Em seguida, a Fitch. Isso implica no aumento da desconfiança do mercado financeiro mundial e no aumento dos juros.
Que aumentam a dívida. O que farão os Bancos Centrais, do mundo todo, com os títulos dos EUA?
Onde vai parar essa bola de neve?
Em 1929, o caos financeiro resultou na maior crise econômica da história do capitalismo, na eclosão do nazi-fascismo e numa guerra mundial.
A crise se avizinha. O discurso fascista está presente - e crescente. A ameaça da terceira guerra já foi vocalizada pelos russos. Sei não...
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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