Ordem do Dia 19/09/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia
Jimmy Kimmel, apresentador de um programa de entrevistas nos EUA, é a mais recente vítima dos próprios comentários. Seu programa de TV, antigo e bem sucedido, foi suspenso.
O homem teria "comemorado" o covarde assassinato de Charles Kirk, o ativista de extrema direita.
É de mal gosto comemorar a morte de qualquer um.
Até mesmo de um extremista, como Kirk. Entretanto, a punição de Kimmel, certa ou errada (do ponto de vista da rede de TV, "necessária"), dá-se no país da "liberdade de expressão".
Que liberdade seria essa? Sancionar um crime é considerado crime, segundo a Lei brasileira. Ou mesmo incentivá-lo mereceria reprimendas legais. Seria "apologia" ao crime.
Nos EUA costumava ser diferente. Toleravam até neo-nazistas, ou neo-fascistas. Até que algo semelhante chegou, já pela segunda vez, à Presidência dos EUA, sob Trump.
O Brasil e o mundo sofrem por isso. Será o fim da democracia norte-americana? Agentes da Imigração estão autorizados a prenderem suspeitos, por falarem inglês com sotaque.
Ou por terem o perfil étnico "suspeito". Parece coisa da Gestapo. Para nós, brasileiros, tornou-se um risco passear naquele país.
Um brasileiro típico, por exemplo, seria preso imediatamente nos EUA: além de miscigenado, o inglês seria "macarrônico". Cadeia. Talvez ocorresse tortura em Guantánamo.
O que fazer nos EUA? Arriscar o pescoço? Mas não é necessário ir até lá para ser ameaçado. Este colunista foi ameaçado, mais de uma vez, por ter criticado a política genocida de Israel. Mas as coisas mudam.
Recente decisão, unânime, da ONU deliberou dessa mesma forma. A conduta israelense, em Gaza, seria genocida. E recomendaram que o caso fosse remetido ao Tribunal Penal Internacional. Concordaram até com o Lula, quem diria. E os EUA não vetaram. Está valendo. E agora?
Pelo visto, o mundo, representado na ONU, está se tornando antissemita, nos termos do governo Trump ou Netanyahu. Ou anti-genocida, conforme a deliberação da comissão da ONU.
Todos a Guantánamo? O que não falta na ONU é gente falando inglês com sotaque ou misturas étnicas. Ia ser uma festa.
Flávio Bolsonaro está lá. Ele, "et caterva", são obcecados com Israel ("algo incompreensível", como disse o cancioneiro). Disseram que com um cabo e dois soldado fechariam o STF.
Talvez com dois cabos e quatro soldados consigam fechar a ONU... por que não tentam?
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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