Ordem do Dia 09/10/25
Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia
Parece que o deputado Marcelo Freitas, relator do processo de cassação de Eduardo bananinha, também é leitor desta Coluna.
Vez que pediu o arquivamento do processo, o qual relata, com base em antigo e repisado argumento aqui defendido. Mas agora é tarde demais.
Dissemos, alhures, que Eduardo não poderia ser responsabilizado, legalmente, pelas sanções dos EUA contra o Brasil e diversas autoridades nacionais.
A vista de que, primeiramente, o lobby político é permitido nos EUA. Em segundo, porque as sanções norte-americanas são ato soberano daquele país. E bananinha, definitivamente, não o representa.
Ocorre que o nosso inconfidente traidor (lembram-se de Joaquim Silvério dos Reis?) confessou a culpa e anunciou a própria proeza.
Como se diz na roça: "canta de galinha quando põe um ovo". Debalde. O próprio Trump, em sua infame cartinha de ameaças contra o Brasil, confirmou o vínculo.
Eduardo, "bananinha que canta de galinha", incriminou-se. Na qualidade de deputado federal, representante do povo, obrou feio.
E o conselho que julga Eduardo é de "ética". Portanto, afeto a argumentos éticos, que tratam do denodo da ação parlamentar. Nessa questão, o parlamentar embananou-se.
Faltou com a ética. Quebrou o decoro parlamentar. E por isso pediram sua cassação. Elementar. Como se não bastasse, a ação do jovem banana resultou numa "bananosa": não só fracassou na tentativa de anistiar Bolsonaro, como provocou uma substancial recuperação na popularidade de Lula, o principal adversário do bolsonarismo.
Lula, cuja rejeição superava em 17 pontos a aceitação de seu governo, agora vive um empate, segundo recentes pesquisas.
As mesmas pesquisas que colocam Eduardo como o candidato mais rejeitado à Presidência da República.
Outros papéis estão sendo atribuídos ao parlamentar supostamente indecoroso.
Seria o futuro Olavo de Carvalho do bolsonarismo, segundo o canal G1, da Globo. Quem diz isso não conhece nem um, nem outro.
Apesar dos retumbantes e polêmicos equívocos, Carvalho era intelectualmente preparado e reconhecido como tal. A declarada expertise de bananinha seria a de "fritar hambúrguer".
Já o ex-ministro de Bolsonaro, Weintraub, disse nas redes que Eduardo seria mais um refugiado desqualificado. E que terá que fazer o que os Bolsonaro não gostam: trabalhar para viver. E la nave va...
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
Qual é a sua reação?


