Ordem do Dia 08/10/25
Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia
A grande imprensa, bem como alguns dos mais conhecidos colunistas brasileiros, têm dito algo parecido: o bolsonarismo cai pelas tabelas.
Trump, sua última esperança, deixou Bolsonaro falando sozinho. A exemplo do que o capitão fez com seus aliados, no passado: começando por Bebiano e concluindo com Zambelli.
Todavia, a aparente situação precária da direita bolsonarista tem rendido pouco à esquerda petista: a última pesquisa Quaest informa que a aprovação do governo federal está empatada com a reprovação.
Já esteve pior, mas está longe de ser bom.
Por sua vez, Sóstenes Cavalcanti, líder bolsonarista, comemora. Afirma que a escolha de Trump, pelo secretário Marco Rubio, para representar os EUA nas futuras negociações com o Brasil, seria uma vitória bolsonarista.
No mesmo diapasão, Paulo Figueiredo, dupla de Eduardo bananinha nos EUA, afirma, numa postagem, que "não houve avanço algum nas negociações entre Brasil e EUA".
Essa postura negacionista lembra aquela história do marido que pega a esposa nua, na cama, com outro homem também nu.
E se apressa em cobrir a esposa, temendo que se resfrie. Ignorando o peladão ao lado, exibindo uma solene ereção. É aquilo: cada um vê o que quer.
No caso de Marco Rubio, escolhido para negociar com o Brasil, a comemoração poderia também haver do lado lulista. Primeiro, há negociações, o que não havia.
E significa que, com Rubio, questões políticas serão debatidas. O que poderá ensejar a reconsideração de Rubio, quanto às sanções a Xandão, por exemplo.
Nesse caso, a desmoralização bolsonarista seria total. O fato é um só: Marco Rubio é o laranja do laranjão. Assim como Eduardo Bolsonaro é o bananinha do bananão. Farão o que os chefes mandarem, sob pena de serem desautorizados.
Isso nos leva aos bolsonaristas raiz, bem como à escória amalucada. Verão o que quiserem ver. E os fatos serão ignorados, como sempre.
Sejam quais forem. Até mesmo se Xandão e Trump derem as mãos. Nessa medida, supor que o bolsonarismo está morrendo seria mais um desejo de alguns, do que uma análise ponderada.
Os erros levaram a direita bolsonarista ao descrédito atual. Assim como a arrogância petista fez emergir o conservadorismo brasileiro. Tolos são aqueles que creem no automatismo de crenças e valores arraigados.
Bolsonaro poderá ir para a prisão. Mas o sentimento que o fez líder continuará por aí. Basta a esquerda insistir em seus erros e atrasos, para vermos a "onça" rugir novamente. Com ou sem Bolsonaro. Não se brinca com convicções. Sejam quais forem.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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