Homem acusado de feminicídio contra noiva é absolvido

Júri popular decide pela absolvição de Cássio Ribeiro, que respondia pela morte de Daniele Capelari Plachi em 2016

Jul 3, 2025 - 13:33
Homem acusado de feminicídio contra noiva é absolvido
Maquiadora de Poços morreu em 2016, aos 33 anos

Campestre (MG) - Cássio Ribeiro, acusado de feminicídio pela morte de sua noiva, a maquiadora Daniele Aparecida Capelari Plachi, de 33 anos, foi absolvido em júri popular nesta quarta-feira, 2, no Fórum de Campestre. A vítima e o acusado são de Poços de Caldas.

Daniele foi encontrada morta em 2016, após um passeio com Cássio em uma cachoeira em Bandeira do Sul.

Segundo a defesa de Cássio Ribeiro, a decisão do júri se baseou na falta de provas suficientes para uma condenação, o que levou à absolvição do réu. 

Com a leitura da sentença, a Justiça expediu o alvará de soltura para Cássio.

Versões conflitantes e longa investigação
À época do desaparecimento de Daniele, Cássio Ribeiro afirmou à polícia que teria escorregado e caído na água, e que a noiva teria entrado na correnteza para tentar salvá-lo. 

O corpo dela foi localizado no dia seguinte pelo Corpo de Bombeiros.

No entanto, a versão apresentada por Cássio foi veementemente contestada pela família da vítima, que alegou que Daniele não sabia nadar. 

O inquérito policial se arrastou por três anos, sendo concluído apenas em 2019. A Polícia Civil apontou contradições nos depoimentos de Cássio e concluiu que ele foi o responsável pela morte da noiva. 

Ele foi preso em janeiro de 2020 e indiciado por feminicídio, qualificado por afogamento.

Durante a investigação, outras mulheres que se relacionaram com Cássio relataram comportamentos agressivos por parte dele. 

O Ministério Público sustentou que o relacionamento do casal era conturbado, marcado por ciúmes e comportamentos possessivos do acusado, e que havia um "conjunto robusto de provas" que embasavam a acusação.

O promotor Danilo Tartarini Sanches detalhou algumas das contradições. 

"Ele narrou que teria caído na água e deu a entender que ela teria tentado salvá-lo, mas testemunhas que o viram logo em seguida a essa queda, viram que ele estava com a roupa seca. (...) Ele também alega ter caído com o celular no bolso, mas esse celular foi submetido a uma perícia e não foi identificado nenhum sinal de submersão aquática (...) Por fim, a vítima foi encontrada sem aliança de compromisso, o que indica que houve alguma confusão em relação ao que motivou ele a empurrá-la em direção à correnteza”, contou.

Por outro lado, a defesa de Cássio Ribeiro negou o crime, classificando o ocorrido como um acidente. O advogado Anderson Guimarães Filho defendeu a inocência de seu cliente e classificou a prisão e a acusação como injustas. 

“Só de inquérito foram quatro anos e não existem provas. É isso, não existem provas, é apenas presunção do que foi o caso. É uma investigação frágil”, argumentou o advogado.

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