Editorial 08/10/25
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Moção de Solidariedade escancara distanciamento entre poderes
O recente embate público entre a vereadora Meiriele Maximino (União) e o prefeito Paulo Ney (PSD), motivado por um campo de society inacabado no Mirante São João, reforçou o distanciamento que se observa entre o Executivo e a maior parte dos vereadores.
O resultado prático é que foi apresentada na sessão ordinária de ontem, 7, uma Moção de Solidariedade à vereadora, assinada por vários colegas, incluindo da base situacionista, por conta das declarações feitas pelo pre-feito em resposta a um vídeo de Meiriele.
A Moção destaca que a vereadora, ao constatar que a obra "inaugurada" em dezembro de 2024 ainda era apenas uma base de brita em outubro deste ano, cumpriu seu dever constitucional de fiscalização.
A resposta do prefeito no vídeo, que sugeriu "desconhecimento ou maldade" por parte da parlamentar, gerou uma reação imediata da vereadora, que voltou ao campo e mostrou que o BSG (Brita Sólida Granulada) que o prefeito destacou que havia sido colocado no local, confirmava que ali havia apenas um campo de brita e não um campo de futebol society.
A Moção de Solidariedade aponta que o prefeito tentar desqualificar ou depreciar um agente público por exercer o controle externo, o que "fere a altivez da Casa Legislativa e empobrece o debate democrático".
A divergência política é inerente à democracia, mas deve ser pautada por argumentos e dados, e não por insinuações depreciativas.
Em vez de atacar a vereadora, o Executivo deveria responder: por que uma obra foi anunciada como pronta, incluindo o campo, mas continua inacabada quase um ano depois?
A fiscalização não é um capricho; é a voz do cidadão cobrando transparência e eficiência. A vereadora esteve no local motivada por cobranças justamente dos cidadãos da região, insatisfeitos com o campo ainda inacabado.
O episódio só reforça que a vereadora, que desde o início do seu mandato tem mostrado uma postura combativa e fiscalizadora, irá continuar no mesmo tom.
Tanto que no seu vídeo em resposta ao prefeito, cobrou não só a conclusão da obra no campo de futebol society como várias outras situações relacionadas a infraestrutura e atendimentos públicos.
Sem dúvida, uma briga que o prefeito não deveria ter entrado e que poderá trazer dores de cabeça futuras.
Qual é a sua reação?



