Ordem do Dia 30/10/25

Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Out 30, 2025 - 16:40
Ordem do Dia 30/10/25

Em 2004, no Rio de Janeiro, foi executado o famoso traficante Escadinha, um dos fundadores do Comando Vermelho. 

Os mais jovens, diante da recente operação policial naquela cidade, que contabilizou mais de 130 mortes, podem pensar que isso seria uma novidade. Não é. 

Há diversas histórias relatando episódios eletrizantes, envolvendo a criminalidade carioca. As sagas entre bandidos e policiais, muitas vezes, tornam difícil distinguir quem seria o "mocinho" ou o "vilão". Com alguma frequência, estariam juntos e misturados. 

A cultura do crime, da malandragem e da violência é antiga no Rio de Janeiro. Quem já leu a obra "Memórias de um sargento de milícias" sabe que o fenômeno existe desde o período do  Segundo Reinado, naquela cidade. D. Pedro II que o diga. 

Na virada dos séculos XIX-XX, os contos e peças de Artur Azevedo descrevem, com humor, aspectos da licenciosidade carioca. 

Não faltariam obras literárias, científicas ou jornalísticas explorando, ou descrevendo, esse fenômeno regional. 

O que falta seriam soluções para o problema, que piora cada vez mais. Um dado curioso: em 1976, no auge da guerra civil no Líbano, a média diária de mortos, por armas de fogo, seria maior na Baixada Fluminense do que na devastada Beirute. Poisé... 

Estudiosos, especialistas em segurança pública, policiais e congêneres debatem sem cessar o problema. De modo sempre inconclusivo. 

Eventualmente, figuras bizarras como e ex-governador Witzel (afastado por corrupção), ou o atual Castro, metem os pés pelas mãos. 

Declaram guerra ao crime sem muita noção das consequências. Que se abatem sobre a população do Rio, em geral. A olhos vistos. 

O nome seria esse: guerra. E guerra não é brincadeira. Não é para amadores. Infelizmente, ao longo da história, vemos que a guerra faz mais vítimas, diretas e indiretas, entre civis inocentes, do que entre combatentes.

Essa deveria ser a primeira preocupação a ser considerada. Mas, pelo visto, nem ponderada seria. "Que morram", pensariam alguns. Bonito.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com 

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