Ordem do Dia 07/05/25

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Mai 7, 2025 - 13:00
Ordem do Dia 07/05/25

Em 2016 o Instituto Ipsos fez uma pesquisa internacional, classificando os países mais "ignorantes", ou "alienados", do mundo.

A estrutura do questionário considerava questões que avaliavam a capacidade das populações, desses países, de compreenderem a realidade na qual estavam inseridos.

O Brasil ficou classificado como o sexto país mais ignorante do mundo. Os EUA ficaram em quinto. Em primeiro, a Índia. Melhor classificado: Holanda. O menos "ignorante". 

Considerando as posições de Brasil e EUA, por exemplo, no ranking de ignorância mundial, fica mais fácil compreender as eleições de pessoas tipo Lula, Dilma, Trump e Bolsonaro, em diferentes cargos eletivos, nesses países. 

Mesmo os EUA sendo os mais ricos e poderosos do mundo, elegeram duas vezes Trump. O que sugere que dinheiro e poder não garantem sensatez. 

Outras pesquisas se seguiram. Basta percorrer a Internet, para se ver as posições do Brasil em quesitos e índices de tipo cognitivo. Sempre nas piores posições, com destaque mundial. 

Já há alguns anos, em 2018, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicou pesquisa sobre analfabetismo funcional. 

Nesse levantamento, superamos a marca dos 60% de analfabetos funcionais: pessoas que sabem ler, mas não conseguem interpretar textos. 

Recentemente, pesquisas deram números divergentes, em torno de 30% de analfabetos funcionais no Brasil. Níveis  nem um pouco auspiciosos e contraditórios.  

As pesquisas que mais chamam a atenção, entretanto, seriam aquelas que comparam sistemas educacionais de diferentes países. 

A decadência do sistema educacional dos EUA é notável, mas no Brasil a situação é ainda mais dramática: estamos perdendo, comparativamente, não só para muitos de nossos vizinhos latino-americanos, como também para diferentes países da África e do Oriente Médio.  

No ranking universitário mundial, por exemplo, a Universidade de Beirute teria uma classificação superior a qualquer universidade brasileira. 

Não há termos de comparação entre o diminuto, e sofrido, Líbano, com um país gigante e pleno de recursos como o Brasil. Vai entender... 

Outro índice também recente, da ONU, diz que subimos cinco posições no ranking mundial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). 

Mas permanecemos estagnados nos índices de educação. Nossa capacidade cognitiva seria um verdadeiro desastre. Ou seria outra coisa? Qual a explicação? 

O que nos leva a indagar do papel de professores, educadores, intelectuais, artistas, escritores, jornalistas, colunistas, criadores de conteúdo, etc, espalhados pelo território nacional. 

Para que servem? Qual tem sido o resultado do seu trabalho? Talvez o cancioneiro popular tenha a resposta: "A gente somos inúteis".

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com 

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