Editorial 09/10/25
Orçamento municipal de 2026 e os gastos com pessoal
O projeto orçamentário de Poços de Caldas para 2026, que ultrapassa a marca de R$ 1,5 bilhão, é inegavelmente um indicativo do crescimento econômico municipal, conforme o próprio prefeito Paulo Ney (PSD) sinaliza na mensagem enviada à Câmara Municipal.
Contudo, o entusiasmo deve ser temperado pela análise fria da distribuição desses recursos. A proposta encaminhada à Câmara revela um desequilíbrio estrutural preocupante: a maior fatia, R$ 584 milhões, está carimbada para despesas com pessoal.
Embora o investimento em Educação e Saúde (cerca de R$ 711 milhões somados) seja importante e prioritário, a folha de pagamento encabeçar a lista exige um olhar rigoroso.
Em um cenário onde a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impõe limites estritos, e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) monitora de perto o índice de gastos com servidores, essa concentração sinaliza a possibilidade da insustentabilidade das contas públicas de curto a médio prazo.
Na Câmara Municipal, por exemplo, há vereadores, como Tiago Mafra (PT), que já alertaram também para outro ponto importante: a discrepância entre o orçamento estimado e o orçamento executado, o que pode gerar falsas expectativas sobre o uso dos recursos públicos.
É vital que a expansão no Orçamento Municipal prevista nesta peça orçamentária procure ser o mais próximo possível do real.
Diante disso, a expectativa recai também sobre o plano de gestão financeira que será anunciado nesta sexta-feira, 10, no Centro Administrativo.
Estará esse plano já adequado às previsões orçamentárias e vice-versa? Os altos gastos com pessoal, os ditames da LRF e as recomendações do TCE são situações reais e concretas que exigem que a gestão municipal esteja em permanente estado de alerta em relação às contas públicas.
Qual é a sua reação?



