Saiba tudo sobre a vacinação da febre amarela

Em Poços, são 19 salas de vacinas disponíveis à população

A Secretaria de Estado de Saúde preparou uma lista de perguntas e respostas sobre a febre amarela. A maior frequência da febre amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola.

Qualquer pessoa deve se vacinar contra a febre amarela?
Toda pessoa acima de seis meses de vida que mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se vacinar contra a febre amarela. A vacina é gratuita e oferecida pelo do Sistema Único de Saúde (SUS).

Não tenho Cartão de Vacina? O que devo fazer?
Você deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para fazer o seu Cartão de Vacina pelo SUS. Lembre-se: o cartão é um documento muito importante que reúne todo o seu histórico vacinal durante a vida. Por isso, o guarde com cuidado. Em Poços, são 19 salas de vacinas disponíveis à população.


Quais são as pessoas contraindicadas?
Crianças com menos de 6 meses de idade; Indivíduos com histórico de reação anafilática a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina); Pacientes com histórico de doenças do timo (miastenia grave, timona, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde; Pacientes com imunossupressão de qualquer natureza: HIV com imunossupressão grave; em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores); submetidos a transplante de órgãos; com imunodeficiência primária; e com neoplasias.

Só crianças devem ter Cartão de Vacinação atualizado?
Não. Todas as pessoas devem manter atualizado o seu cartão. Trata-se de um documento indispensável, uma vez que o controle das vacinas pode evitar uma série de doenças. Assim, não só crianças, como adolescente, adultos e idosos devem manter suas vacinas em dia.

Porque as pessoas com mais de 60 anos não podem se vacinar?
Pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas contra a febre amarela anteriormente, ou sem o comprovante de vacinação, deverão consultar a equipe de saúde para avaliação do benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária ou decorrente de comorbidades.

Quem toma medicação controlada pode se vacinar?
Sim. Não há nenhum problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos. Em caso de dúvida, consulte a equipe de saúde.

A partir de quantos meses um bebê pode se vacinar?
A partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e na área em que há casos de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a imunização aos nove meses de idade.

A doença se chama febre amarela por que quem a contrai fica obrigatoriamente com icterícia?
A icterícia é uma coloração amarelada que aparece na pele e nos olhos, que é uma característica da doença. Mas temos que lembrar que existem formas muito leves da doença que não chegam a formar a icterícia. Já a febre sim, essa acontece em todas as situações.

Não me lembro se já vacinei. O que eu faço?
A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de vacinação do SUS, por isso se você tiver com a sua imunização em dia provavelmente você já se vacinou. Basta conferir o seu Cartão de Vacinação. Mas, caso ainda tenha dúvida, procure a equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer a avaliação e a necessidade de se vacinar.

Quantas doses da vacina são necessárias para a imunização completa contra a febre amarela?
Indivíduos que já receberam duas doses da vacina ao longo da vida já podem ser considerados imunizados e não precisam do reforço de 10 em 10 anos.

Como é organizado o esquema vacinal contra a febre amarela no SUS?
Por conta do número expressivo de casos, o Ministério da Saúde abriu o início do período de vacinação contra a febre amarela para pessoas acima de seis meses de vida se elas morarem ou forem viajar para áreas rurais, de mata ou silvestre. Para quem não é ou vai para estas regiões, o atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos. Para indivíduos a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos, é necessário administrar uma dose de reforço a ser avaliada pela equipe de saúde. Já para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação é necessário administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos.

A febre amarela urbana e a febre amarela silvestre são a mesma doença? Há diferenciação dos sintomas ou gravidade?
Sim, tanto a febre amarela silvestre quanto a urbana têm manifestações clínicas idênticas em ambos os casos de transmissão. O vírus e a evolução clínica são os mesmos; a diferença está apenas nos vetores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e o Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá pelo Aedes aegypti.

Existe a possibilidade de uma pessoa infectada na área rural ir para a cidade, infectar mosquitos e iniciar a transmissão em área urbana?
Sim, existe essa possibilidade. Por isso, a prevenção por meio da vacinação e da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti é fundamental.

A febre amarela é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.

Há vacinas contra a febre amarela suficientes no Estado?
Sim. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do SUS e enviada, mensalmente, pelo Ministério da Saúde, para todo o país. Neste momento, Minas Gerais conta com cerca de 300 mil doses em estoque, acrescidas de outras 735 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde na 1ª quinzena de janeiro. Dessa forma, são 1 milhão de unidades de vacina para imunizar a população do Estado que ainda não completou o esquema vacinal.

O município pode alegar falta de vacina contra a febre amarela?
Neste momento não existe essa possibilidade. Os municípios devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente para a vacinação. Os casos de falta são pontuais, uma vez que tem havido grande procura e alguns municípios não dispõem de estrutura para armazenar grandes quantidades da vacina.

É verdade que os macacos transmitem a febre amarela?
Não. Os macacos não transmitem a febre amarela para o homem e não são os responsáveis pelo transmissão da febre amarela. Eles são as principais vítimas. As mudanças climáticas e a degradação ambiental provocadas pelo homem são as principais responsáveis pelo recente aparecimento de inúmeras doenças infecciosas. Especialistas acreditam que o avanço da doença tem sido facilitado pelo deslocamento de pessoas infectadas ou pela dispersão dos mosquitos.

Posso afirmar então que os macacos são fundamentais para o controle da doença?
Com certeza. Os primatas prestam um importante auxílio no controle da febre amarela. Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação. Algumas pessoas pensam que os macacos transmitem a febre amarela aos humanos, o que é completamente errado. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio homem. Se eles forem mortos pelo homem, descobriremos que a febre amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença.

O que devo fazer se encontrar um macaco doente e/ou morto na minha região?
No caso de encontrar um macaco doente e/ou morto, o cidadão deve acionar o setor zoonoses do município para que as devidas providências possam ser tomadas a contento. A partir da denúncia, o profissional da zoonoses acionado verificará se o animal morto apresenta condições de coleta e envio para exames laboratoriais. O procedimento de coleta é específico e deve ser realizado por profissional habilitado para tal. O laboratório de referência nacional que processa as amostras de macacos provenientes de Minas Gerais é o Instituto Evandro Chagas, no Pará. Não há data definida para a soltura de resultados por este laboratório.

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