Ordem do Dia 29/11/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Reportagem do The New York Times trata do recrudescimento das guerras no mundo, destacando alguns fatos pouco divulgados.

Por exemplo: no ano passado, um determinado teatro de guerra, que tem merecido pouca atenção da mídia, em geral, foi responsável pelo maior número de mortes em combate, no mundo.

Qual seria? A guerra na Etiópia. Teriam morrido mais de 102.000 pessoas, em decorrência de combates. A Ucrânia, em segundo lugar, teria tido 82.000 fatalidades.

Segundo os dados apresentados na matéria, o Brasil também estaria em guerra. Um conflito de tipo “não estatal”, promovido pelo crime organizado (citam, expressamente, o PCC), onde foram registradas cerca de 1.500 mortes. O Brasil estaria em sétimo lugar, no mundo, em número de baixas fatais, decorrentes de combates.

Trata-se de uma visão pouco divulgada. E nem um pouco debatida, na grande imprensa. Entretanto, especialistas consideram o território brasileiro uma das áreas de conflito, no mundo. Parece que estamos em guerra – e não sabemos.

Mas o caso da Etiópia parece ainda mais curioso. Ao contrário da guerra da Ucrânia, não gerou a mínima comoção. Não se tem notícia de nenhuma mobilização das potências mundiais, em torno do conflito na Etiópia. Nada parecido com a preocupação com a Ucrânia, diga-se.

Também parece não haver voluntários, de diferentes países, tentando combater na Etiópia. Só na Ucrânia. Tudo indica não haver qualquer preocupação, oficial, de qualquer movimento que valoriza nossas raizes africanas, em solidariedade aos africanos da Etiópia.

Curiosamente, a Etiópia seria berço de uma das mais antigas tradições cristãs do mundo. Havendo, igualmente, uma comunidade judia, oriunda daquela região.

Caberia lembrar que as míticas “minas do Rei Salomão” ficariam naquele território. Aparentemente, comunidades cristãs, ou judias, parecem não estar preocupadas com a mortandade na Etiópia. Pelo menos, não se vê qualquer mobilização em torno disso.

É provável que a grande maioria dos brasileiros, norte-americanos ou europeus, pouco ou nada saibam sobre a Etiópia, em que pese os laços que unem os povos desses territórios. Etiópia? Pois é… Por falar nisso: alguém saberia dizer como anda a guerra na Ucrânia?