Ordem do Dia 28/02/24

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Notícias vindas da Venezuela são preocupantes. A ditadura de Maduro estaria fazendo uma nova investida contra organizações civis venezuelanas, tais como diferentes ONG’s, além das prosaicas prisões e perseguições contra adversários do regime.

Estaria cada vez mais parecida com Cuba e Nicarágua: empobrecida, truculenta, atrasada e ditatorial. Os novos ataques coincidem com o ano eleitoral naquele país.

E visam o de sempre: viciar as eleições, de modo que procedimentos democráticos não ameacem a ditadura vigente.
Se o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, fosse vivo, talvez classificasse essa tríade como “eixo do mal da América Latina”.

A nossa preocupação seria uma só: o apoio do governo Lula a semelhantes atitudes. As falas desarranjadas de Lula, a respeito da Venezuela, bem como o tratamento dispensado a Maduro, colocam o Brasil em linha com a esse país.

O que parece uma estupidez, já apontada por outros líderes latino-americanos, representantes do Chile e Uruguai, por exemplo. Isso posto publicamente, seria bom lembrar.

O que temos a aprender com a Venezuela? Salvo maneiras de se andar para trás? O que o modelo venezuelano sugere? E por qual razão apoiá-lo? Ganha uma viagem à Caracas, só de ida, a melhor defesa do regime Chavez/Maduro.

A democracia venezuelana, que sobreviveu à onda pretoriana, ditatorial, que percorreu a América Latina nos anos 1960/1970, foi emboscada pelo populismo de esquerda.

Cujos métodos se assemelham ao golpismo de direita, nosso conhecido, que se arvorou contra a democracia brasileira, em atos recentes.

Segundo Curzio Malaparte, autor italiano, especialista em golpes de Estado (especialmente os de tipo fascista) o golpismo não seria uma ideologia – mas uma técnica.

Que serve a diferentes interesses, de direita ou de esquerda, conforme o perfil dos golpistas de plantão. Mas o resultado seria semelhante: violência, fundamentalismo, ignorância, estupidez desenfreada, além de altas doses de mentira e atraso civilizatório.

Conhecemos tudo isso. Resta saber se nos interessa embarcar nessa viagem.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com