Poços de Caldas de todos nós

Poços de Caldas é uma cidade do interior, com ares cosmopolitas.

Afirmamos isso em virtude das leituras e do conhecimento que acabamos adquirindo ao consultar as obras dos nossos antigos memorialistas como Pedro Sanches de Lemos, Mário Mourão, Homero Ottoni, dos registros em jornais, revistas; fotos e documentos antigos, além dos depoimentos pessoais dos moradores mais antigos, pois são as fontes às quais recorremos e citamos a cada artigo, pesquisa ou livro que escrevemos.

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Minha referência inicial é o texto escrito por Auguste Saint-Hilaire – grande viajante, naturalista e botânico francês – que percorreu praticamente todo o Brasil, e foi um dos primeiros estrangeiros que esteve nesta região e fez o relato sobre a existência das águas termais existentes no que hoje é a cidade de Poços de Caldas.

Desde os relatos de Auguste Saint-Hilaire, em 1816; a vinda de D. Pedro II, para inaugurar o Ramal de Caldas, da Estrada de Ferro Mojiana em 1886 – e que impulsionou o desenvolvimento de Poços de Caldas – passando pela presença do padre Victor, Olavo Bilac, Coelho Netto, Alberto de Oliveira, Ary Barroso que aqui viveu no ano de 1926; pela permanência de Alberto Santos Dumont – que aqui esteve para uma temporada de repouso; chegando até as décadas de 1930 a 1950 com o presidente Getúlio Vargas, Darcy Vargas, Rubem Braga, Belmiro Braga, João do Rio, Juscelino Kubitschek, José Lins do Rego, Guimarães Rosa, Menotti Del Picchia, Carlos Drummond de Andrade e a cantora argentina Libertad Lamarque.

Em outro momento, fixamos nossa atenção no grande prefeito Francisco Escobar que deu a dimensão urbana com ruas e calçadas largas ao centro da cidade e – hoje – apesar das diversas intervenções, e ou falta de manutenção, continua encantando a todos que moram ou nos visitam.

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Em outra fase deparamo-nos com o governo mineiro, através do presidente do Estado, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, e o grande investimento para impulsionar o setor turístico local com a construção do Palace Hotel, Palace Cassino e as Termas, isso no final da década de 1920.

Ao longo do tempo, inúmeras personalidades que fazem parte na história do Brasil aqui vieram para uma temporada de descanso ou busca da cura para os seus males, fossem do corpo ou do espírito.

Acreditamos que, ao ler este artigo, muitos vão se lembrar de outros visitantes ilustres que por aqui passaram e contribuíram em determinada época para o desenvolvimento social, econômico e cultural da cidade, divulgando o nome da estância e colocando-a como centro turístico de projeção nacional.

* Hugo Pontes é professor, poeta e jornalista. E-mail: hugopontes@pocos-net.com.br