Resposta ao vereador Paulo Tadeu

Em resposta ao artigo sobre o piso do Magistério, do vereador Paulo Tadeu, o Sindserv dá sua resposta

Em resposta ao artigo sobre o piso do Magistério, assinado pelo vereador Paulo Tadeu (PT) e publicado no Jornal da Cidade, o Sindserv dá sua resposta, através da presidente Marieta Carneiro dos Santos.

Quem já ouviu falar de retirada do Quinquênio (ATS) no ano de 2002 na época da administração do prefeito Paulo Tadeu, atual vereador do PT? Será que foi “miopia acrítica” (não enxergar e não criticar)? Desde que assumi a presidência do Sindserv em 2012 o que temos como um dos maiores prejuízos aos servidores é a retirada do ATS. O número de ações trabalhistas que tramitaram na justiça foram milhares e muitas que não resultaram em êxito em prol dos servidores municipais.

Hoje ao ler um jornal local, me deparei com uma análise filosófica do atual vereador Paulo Tadeu questionando as ações sindicais de nossa Entidade pela mobilização na Câmara Municipal no dia 23 de dezembro de 2015. O que mais me surpreendeu é que este mesmo vereador em um outro momento em que estive naquela casa me cobrou a presença dos servidores em mobilizações. Será que desta vez não gostou por ter sido contra o seu governo?

Diálogos, reuniões, assembleias, audiências prévias no Ministério Público do Trabalho – MPT, todas as tentativas de negociações para cumprimento da Lei 11.738 sancionada em 2008, foram exaustivamente tentadas por esta Entidade, sem que fosse apresentado oficialmente qualquer projeto para o cumprimento da lei.

Com relação ao projeto encaminhado à Câmara para o cumprimento da referida lei, seremos contra enquanto o projeto gerar prejuízos aos profissionais da Educação. O sindicato é dos trabalhadores e não de políticos que tentam se promover usando os trabalhadores como escudos. Apresentar projetos que aumentam a carga horária dos profissionais gradativamente, sem o consentimento dos mesmos afirmando que isto é lucro, e reduzir só de um grupo específico, isto sim, é no mínimo imoral além de ilegal.

O mesmo vereador já questionou diversas vezes esta entidade sobre a grande quantidade de ações trabalhistas, e o que estamos tentando evitar são mais ações, pois, se a atual administração encaminhar tal projeto descumprindo legislações federais e o mesmo for aprovado pela Câmara dos Vereadores, iremos fazer valer as leis do nosso país.

Independente de qual partido estiver no poder, não podemos perder a fé de um Brasil melhor no futuro, e o que estamos zelando no presente é por justiça. Estão querendo plantar a discórdia, nos enfraquecer enquanto classe trabalhadora.

Só uma observação vereador, somos professores! Sabemos ler e fazer contas! Portanto, se a administração do seu partido conseguir aprovar este projeto, tenha certeza que não teremos sido enganados. E só mais uma coisa, a atual diretoria do Sindserv continuará lutando pelos servidores independente do partido que estiver no poder. Não estamos aqui para medir força com políticos e sim para defender os direitos trabalhistas que tanto o atual governo quer flexibilizar.

“Quem apostou no tudo ou nada para derrotar o prefeito colocou na mesa não suas fichas, mas as fichas de centenas de professores, que agora pagam a conta da intransigência e oportunismo de quem afirmava defendê-los” , frase dita por Paulo Tadeu Silva D’Arcádia. Nós, Sindserv, não temos como objetivo derrotar prefeitos. Não trabalhamos com fichas, mas com trabalhadores. Não somos intransigentes e não estamos pleiteando oportunidades. Quem assumiu o compromisso através de sua bandeira político-partidária de defender os trabalhadores e não está cumprindo não fomos nós.

É lamentável termos que nos deparar com pessoas que recebem para defender a população e tentam desconstruir os trabalhos que estão sendo feitos. Lembrando que não fomos nós, Sindserv, que governávamos Poços de Caldas no período de 2001 a 2004 em que se gerou uma enorme crise econômica para os cofres públicos devido ao não cumprimento de leis trabalhistas.

* Marieta Carneiro dos Santos é professora da rede municipal há 24 anos e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv)