Google atinge supremacia quântica, mas o que isso significa? Entenda em 4 passos

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Divulgação/Google

Sundar Pichai com o computador quântico da Google


200 segundos é o tempo que um computador quântico do Google leva para realizar uma operação de 10 mil anos de duração de qualquer outro supercomputador clássico já existente. Esse passo importante na história da computação quântica é chamado de supremacia quântica, e foi anunciado nesta quarta-feira (23) pela renomada revista científica Nature

O feito foi alcançado por um chip quântico chamado Sycamore , resultado de anos de trabalho dos pesquisadores da Google . A invenção vai além de um grande passo na história da ciência, mas também pode ser aplicado em diversas áreas – questão que a gigante de tecnologia promete estar trabalhando. 

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Mas, afinal, o que significa atingir a supremacia quântica e como esse feito afeta nas nossas vidas? Separamos 4 passos para você entender a tecnologia:

O que é computação quântica?

Ao contrário da computação clássica, a computação quântica se baseia em princípios da mecânica quântica, ramo da física que estuda o comportamento de partículas minúsculas. Diante disso, um computador quântico tem a capacidade de processar volumes de informações gigantes em um período de tempo muito curto. 

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Divulgação/Google

Computador quântico da Google


Por que o processamento é tão rápido na computação quântica?

Na computação clássica, toda informação é armazenada e processada na forma de bits , representados pelos números 0 e 1. Na computação quântica, os dados se armazenam em qubits , que podem assumir inúmeros estados entre 0 e 1, flexibilizando-se em um processo chamado superposição. Com essa superposição , mais de um cálculo pode ser executado ao mesmo tempo, o que faz com que a quantidade de informação processada cresça exponencialmente de acordo com a quantidade de qubits. Isso resulta em um processamento muito rápido. 

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Como o qubits se comportam no computador quântico?

Os chips de computadores são compostos por módulos, que contêm portas lógicas que, por sua vez, são compostas por transistores, que é a forma mais simples de processar dados. Na computação clássica, os bits que transmitem informações ficam em fluxo constante. Já na computação quântica, os qubits criados pelos computadores são conectados por meio das portas quânticas, manipulando inúmeras probabilidades. O resultado são diversos cálculos sendo realizados ao mesmo tempo. 

Mas para que serve a computação quântica?

Tudo isso pode parecer coisa de filme de ficção científica que encanta muitas pessoas, mas como esse monte de informações técnicas é realmente relevante para o nosso cotidiano? A resposta é que rápida capacidade de processamento de computadores quânticos pode ser usada em diferentes aplicações. 

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Alguns exemplos são: desenvolver simulações complexas que podem levar à descoberta de novos medicamentos, fazer análises de risco financeiro, minimizar as emissões vindas da produção de fertilizantes e projetar baterias mais eficientes para carros autônomos. 

As possibilidades são várias, e ainda serão muito exploradas. A Google afirma, inclusive, que irá compartilhar as novidades com pesquisadores e empresas interessados em desenvolverem ainda mais a computação quântica. 

“A computação quântica nos dá a chance de alcançar diversas aplicações práticas e melhorar o mundo de maneiras que a computação clássica não permitiria sozinha”, afirma Sundar Pichai, CEO do Google. “Mas também permitirá que nós possamos entender o universo de uma maneira mais profunda.”