Escrivão da Polícia Civil é acusado de matar estudante

Segundo testemunha, não houve motivo para o homicídio

O escrivão da Polícia Civil, Thiago Galvão Bernardes, acusado de matar o músico e estudante Yuri Antônio Gonçalves Villas Boas no interior de um apartamento na madrugada deste domingo, 22, em Poços de Caldas, está preso.

De acordo com o informado ontem pela Polícia Civil, ele está na Casa de Custódia da Polícia Civil, em Belo Horizonte, para onde foi levado, após ter sido preso em flagrante. Thiago, que atuava na Delegacia da vizinha cidade de Cabo Verde, trabalha há três anos na PC e chegou a ficar afastado do trabalho por oito meses, em função de problemas de depressão diagnosticados, tendo retornado às funções em fevereiro deste ano.

Delegados prestaram informações sobre o caso
Delegados prestaram informações sobre o caso

Anteriormente, foi recolhida a arma por ele utilizada, mas com a evolução do tratamento, ele retornou à atividade sem nenhum tipo de restrição do setor de perícias médicas da Polícia Civil, inclusive porte de armas, salientou o delegado chefe do 18º DP, Bráulio Stivanin Júnio, acrescentando que ele não só vinha sendo acompanhado pelo setor de perícias médicas da Polícia Civil, como sendo tratado por médico particular aqui na cidade.

TESTEMUNHA
De acordo com a única testemunha do crime, Sérgio Toledo, que é proprietário do apartamento onde aconteceu a tragédia, Yuri foi morto sem que houvesse qualquer motivo para o assassinato. Ele contou que saiu por volta de meia-noite e foi para um bar. Lá, se encontrou com o Yuri e afirmou que no balcão conheceram o Thiago. O grupo começou a conversar e como o estabelecimento já não estava mais servindo, resolveu-se seguir para o apartamento de Sérgio Toledo, no Condomínio Vale do Imperador, na rua Argentina, no Jardim Quisisana, para beberem um pouco mais.

Do bar, os três pararam antes em um posto no Quississana, compraram algumas latas de cerveja e chegaram no apartamento. A testemunha falou que não houve nenhum tipo de discussão prévia e que a vítima do crime em momento algum teria dito algo que pudesse ter provocado o acusado do crime agir daquela maneira, ou seja, sacando a arma e efetuado um único disparo.

CENA DO CRIME

O escrivão da Polícia Civil é acusado de matar o estudante
O escrivão da Polícia Civil é acusado de matar o estudante

Após o tiro, o dono do apartamento e testemunha do crime deixou o local após ter visto uma poça de sangue. Ele disse que ficou atordoado e no momento, agindo por instinto, decidiu sair rápido do local, entendendo que corria risco de vida, pois como não houve motivação para o primeiro disparo, um segundo tiro poderia atingí-lo.

Uma perícia já foi feita no apartamento onde o homicídio aconteceu. O escrivão vai responder por homicídio e também por fraude processual, já que segundo os delegados que investigam o caso, houve alteração da cena do crime.

“Houve uma alteração na cena do crime. O corpo onde ele havia sido deixado primeiramente tinha sido removido dali e a testemunha narrava que depois do disparo, o Thiago teria guardado a arma e ela foi encontrada no chão da sala”, disse a delegada Maria Cecília Flora.

RECUSA

Segundo amigos e familiares, Yuri não tinha passagens pela polícia. Era uma pessoa tranquila, que não se envolvia em discussões e se dedicava à música. Segundo a Polícia Civil, o escrivão se recusou a fazer o teste toxicológico, que poderia apontar se ele estava sob efeito de entorpecentes. Novas testemunhas serão ouvidas e a investigação continua. Ainda segundo a Polícia Civil, o escrivão disse que não se lembrava de nada do que teria acontecido.