Escola de Design da Uemg vai mudar para a Praça da Liberdade

A Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) estará em funcionamento pleno, em 2020, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A promessa foi feita pela reitora da instituição, Lavínia Rosa Rodrigues, durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A reunião teve por objetivo debater o atraso nas obras de reforma do prédio destinado à escola, no antigo edifício do Ipsemg, o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado.

O compromisso da reitora foi reforçado pelo representante do Departamento de Edificações de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), Hélio Lopes de Oliveira Filho, e pelo pró-reitor de Planejamento, Gestão e Finanças da universidade, Fernando Antônio França Pinheiro Júnior.

Todos garantiram que os alunos da Escola de Design, que atualmente ocupam um prédio em condições precárias na Avenida Antônio Carlos, poderão iniciar o próximo ano letivo no novo endereço.

“Confio em iniciar o novo semestre letivo, em 16 fevereiro, na Praça da Liberdade. Temos o compromisso da Secretaria de Estado de Infraestrutura e do DEER de que até o dia 27 de dezembro a reforma estará concluída”, afirmou a reitora Lavínia, destacando que para a Escola de Design o espaço é perfeito, porque “dialoga com o Circuito Cultural Liberdade“.

Segundo Hélio Filho, do DEER, pelo aditivo firmado com o Estado, até 15 de dezembro a empreiteira deverá entregar parte da obra e, até o dia 27, o restante. Em janeiro, serão concluídos o condicionamento de elevadores e aparelhos de ar refrigerado e a vistoria dos bombeiros.

De acordo com Fernando Júnior, o cronograma de mudança já está traçado. “Será uma mudança gradual, porque não é um processo simples, já que envolve oficinas e equipamentos delicados, cujo transporte, desinstalação e instalação têm que ser feitos com muito cuidado”.

Diretor da Escola de Design, Sérgio Antônio Silva lamentou as inúmeras paralisações da obra, geradas por falta de recursos, interrupções políticas e mudança de gerenciamento. 

A reforma do prédio do antigo Ipsemg se arrasta desde 2012 e já passou por três governos. Inicialmente, a obra foi orçada em R$ 32 milhões, com a promessa de ser entregue em 2015, prazo que se estendeu por mais quatro anos, aumentando o custo para R$ 44 milhões.

Inseguro, prédio provisório já foi invadido sete vezes

O pró-reitor e a reitora admitiram que o prédio atual da escola, em funcionamento provisório na Avenida Antônio Carlos, está em situação precária, colocando em risco a segurança. A comunidade universitária denuncia que o local foi invadido sete vezes em apenas duas semanas.

A presidente do Diretório Acadêmico, Rafaela Pontello, diz que a mudança para a Praça da Liberdade é um sonho muitas vezes adiado. Ela denunciou as condições precárias e de insegurança do local em que estão instalados, com banheiro sem teto e salas sem lâmpadas. 

O secretário-geral da União Estadual dos Estudantes, Luiz Ramos, criticou o que chamou de “descaso do governo Zema”, devido ao corte de verbas para a educação estadual e defendeu a criação de um comitê de defesa da universidade.

Segundo o professor Mário Geraldo da Fonseca, a Praça da Liberdade é um espaço simbólico, um dos marcos da cidade. “Podemos fazer desse lugar o símbolo de resistência e reivindicação forte de uma universidade pública e gratuita. A praça é nossa, nossa escola é plural, inclusiva e aberta”, disse.

O vice-reitor da Uemg, Tiago Torres Costa Pereira, disse que o principal problema da Uemg é o baixo orçamento, pouco superior ao de 2013, quando a universidade contava com apenas cinco mil alunos. “Hoje, esse número está próximo de 22 mil”.

Parlamentares defendem universidade pública

A presidenta da Comissão de Educação, deputada Beatriz Cerqueira (PT), disse que o que está em disputa, hoje, é “a sobrevivência da educação pública, laica, de qualidade e socialmente referenciada”. “É uma disputa que vai impactar gerações”, disse, criticando os projetos dos governos federal e estadual, atrelados ao modelo de mercado.

O vice-presidente da comissão, deputado Betão (PT), denunciou “os ataques que a educação pública vem sofrendo”, bem como “a perda de direitos trabalhistas e previdenciários”. Ele e a deputada Beatriz Cerqueira afirmaram que a comissão vai acompanhar os prazos anunciados na audiência e realizar visitas técnicas ao prédio em reformas e ao prédio provisório da Escola de Design.

Com licenciatura em História pela Uemg, o deputado Professor Cleiton (PSB) defendeu o ensino público e observou que a instituição exerceu um papel fundamental na sua formação. 

O deputado Coronel Sandro (PSL) também prometeu apoio à comunidade. E defendeu a abertura de novos campi universitários no interior, com a criação de um núcleo de extensão no seu município de origem, Galileia (Rio Doce). Para isso, prometeu destinar uma parte dos recursos de emenda parlamentar. Ele anunciou, também, que o Sesc estaria disposto a ceder uma unidade desativada em Teófilo Otoni (Jequitinhonha/Mucuri), que poderá ser utilizada para a criação de um novo curso da Uemg.

O 2° vice-presidente da ALMG, deputado Cristiano Silveira (PT), pediu apoio para a aprovação da Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) 26/19, que garante dotações orçamentárias para as universidades estaduais. 

Consulte resultado da reunião.