“Black Friday” requer cuidados para se evitar ciladas

A “Black Friday”, iniciativa promocional do comércio em que se oferecem descontos significativos em vários produtos e serviços, acontece na última sexta-feira de novembro (29). A promoção inclui lojas físicas e também o comércio eletrônico. O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) orienta que os consumidores devem ficar atentos e tomar alguns cuidados para conseguirem não só preços mais baixos, mas, principalmente, garantirem o recebimento dos produtos.

De acordo com o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, a Black Friday é uma oportunidade para que lojistas provem sua capacidade de manter uma relação comercial transparente com os consumidores, oferecendo descontos reais nos produtos anunciados. “Nenhum comerciante é obrigado a participar da Black Friday, mas os que participarem devem fazer por merecer a confiança de seus clientes”, afirma. Ele acrescenta que os órgãos de defesa do consumidor estão atentos e que “qualquer abuso detectado será prontamente combatido com os instrumentos previstos pela legislação (Código de Defesa do Consumidor)”.

Os maiores problemas envolvendo a Black Friday são a não entrega de produtos, atrasos na entrega e também os sites falsos. Por isso, o Procon Assembleia preparou uma série de dicas para ajudar o consumidor a evitar dores de cabeça em suas compras:

  • Não faça compras por impulso. Analise seu orçamento; reflita se você realmente precisa daquilo; avalie se essa compra não vai desequilibrar suas contas.
  • Durante as próximas semanas, pesquise a evolução do preço do produto que pretende adquirir, bem como as condições de pagamento disponibilizadas pelos diversos fornecedores. No dia 29, confira se o produto faz parte da Black Friday e compare seu preço com os que você coletou.
  • Visite estabelecimentos diferentes e compare os preços dos produtos que pretende adquirir.
  • Confira se o produto que você deseja adquirir existe de fato no estoque da loja. Há registros de casos em que o consumidor comprou um artigo pelo preço promocional mas a loja não entregou alegando falta de estoque. Se isso acontecer, o consumidor tem três opções: exigir o cumprimento forçado da oferta, aceitar um outro produto pelo mesmo preço pago ou ainda receber de volta o dinheiro que pagou.
  • Muito cuidado com sites falsos. Eles são praticamente idênticos aos originais. Suspeite de ofertas muito tentadoras. Em caso de dúvida, ligue para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa e confira se o preço praticado é aquele mesmo.
  • Suspeite dos anúncios recebidos por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. Em 2016 o Procon Assembleia detectou em uma rede social a oferta de uma TV por menos da metade do preço normal, supostamente publicada por uma grande loja de varejo. Uma ligação para o SAC da empresa foi o suficiente para comprovar que se tratava de uma fraude.
  • Evite acessar sites que são enviados por e-mail ou SMS. Se quiser entrar no site de alguma empresa, digite o endereço eletrônico dela no navegador de seu computador. Não entre pelo link fornecido.
  • Grave todas as telas e comunicações eventualmente realizadas com o fornecedor.
  • O site da ALMG contém um link para uma lista preparada pela Fundação Procon SP chamada “Evite esses sites”, contendo o endereço eletrônico em ordem alfabética, razão social da empresa e número do CNPJ ou CPF, além da condição de “fora do ar” ou “no ar”. Essa lista é composta por sites que cometeram fraudes ou que não puderam ser encontrados, quando notificados pelo Procon.
  • O site deve conter o nome da empresa, endereço físico e demais informações necessárias para que o fornecedor possa ser localizado e contatado. O Procon Assembleia recomenda ligar para confirmar todos os dados.
  • Algumas ferramentas do Google, como o Google Maps e o Street View, podem ajudar a descobrir se o endereço fornecido no site realmente existe.
  • Verifique se o site é seguro: no momento da transação, confira se no canto inferior da tela há um cadeado ou chave. Atualize seu programa antivírus, bem como os programas de monitoramento contra spywares e firewall.
  • Forneça apenas os dados solicitados pelo site durante a transação, nada mais.
  • Fique atento à reputação do vendedor. Verifique depoimentos, reclamações e as avaliações da empresa. Os sites Reclame Aqui e Consumidor.gov.br são boas fontes para essas informações.
  • Guarde todos os dados da compra, como o nome do site, produtos pedidos, valor pago, forma de pagamento, data de entrega do produto e número de protocolo da compra ou do pedido, se houver.
  • Direito de arrependimento: nas compras on-line, o consumidor pode desistir da compra no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço. O fornecedor deve informar, sempre de maneira clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.
  • Não faça compras ou qualquer operação bancária utilizando computadores de lan houses ou cybercafés. Eles podem conter programas maliciosos que furtam números de cartões de crédito e senhas.
  • Não se impressione com aqueles cronômetros enormes em contagem regressiva informando que a promoção está acabando. Isso é apenas uma pressão para que você compre logo, sem pensar muito.
  • Em caso de reclamação ou dificuldade, procure o Procon de sua cidade.